Crédito e Copa freiam varejo em junho
Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada no dia 14 de agosto pelo IBGE, o volume de vendas do comércio varejista apresentou variação positiva de 0,8% em relação a junho de 2013, resultado mais fraco desde março (-1,1%) e recuo de 0,7% em relação ao mês de maio. O varejo fechou o primeiro semestre no vermelho, com recuo de 0,8%, o pior resultado desde 2003 (-1,6%). Para a Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a alta taxa de juros cobradas no crédito ao consumidor e a queda no movimento do comércio, em razão da diminuição dos dias úteis durante a Copa do Mundo estão entre as causas desse recuo.
Pelo terceiro mês consecutivo a inflação perdeu força no varejo (+0,5% sobre maio), com destaque para os recuos de 0,5% no comércio automotivo e nos artigos de informática e comunicação. “Apesar disso, a escalada na taxa de juros cobrada no crédito ao consumidor ao longo de 2014 levou esses segmentos a registrar quedas expressivas nas vendas. Segundo dados do Banco Central do Brasil, a taxa média dos empréstimos e financiamentos às pessoas físicas, de 43,0% ao ano, é a mais alta desde abril de 2009”, afirma o economista da CNC, Fabio Bentes.
Na comparação entre junho e maio deste ano, os segmentos que tiveram a maior queda, na série livre de influências sazonais, foram o comércio de livros, jornais, revistas e papelaria (-5,3%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-4,2%) e combustíveis e lubrificantes (-2,3%). Na mesma base comparativa, o varejo ampliado que agrega os resultados do comércio automotivo (-12,9%) e materiais de construção (-3,9%), acusou retração de -3,6%.
Fonte: CNC