A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC RJ) mostra que o percentual de famílias endividadas no mês de março atingiu o nível de 59,4%, um aumento de 0,5 ponto percentual frente a fevereiro, devolvendo desta forma o recuo de 0,5 ponto observado entre janeiro e fevereiro.
O percentual de endividados continua a oscilar dentro da faixa de 1,5 pontos percentuais desde maio de 2018, depois de ter iniciado trajetória de queda em janeiro do mesmo ano. O percentual de famílias endividadas caiu 3,9 pontos percentuais em relação ao mesmo mês do ano anterior. O dado representa cerca de 1,40 milhão de famílias com compromissos com cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. O levantamento é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio de Janeiro, apurado pela CNC.
O número de famílias com contas em atraso registrou aumento pela segunda vez consecutiva e igual a 0,8 pontos percentuais ante fevereiro de 2019 e atingiu 24,6%. Nota-se que aproximadamente metade das famílias com contas em atraso revelaram que não terão condições de pagar suas contas. De fato, esse contingente aumentou de 46,7% para 49,6% entre fevereiro e março de 2019.
Em média, no mês de março as famílias com contas em atraso demoram 61,2 dias além do prazo para quitá-las, contra 66 dias em março de 2018.
Segundo o levantamento da Fecomércio RJ, o cartão de crédito, que historicamente responde por mais de 70% dos que têm alguma dívida, recuou 1,7 pontos percentuais no comparativo com fevereiro de 2019 e atingiu 76,4%, mas continua sendo o principal meio de endividamento das famílias. De acordo com a pesquisa, há um ano esse percentual também era de 76,4%.
Em seguida, as principais dívidas mencionadas pelos entrevistados foram crédito pessoal (12,3%), carnês (10,5%), financiamento de carro (9,8%), crédito consignado (8%), financiamento de casa (7,9%) e cheque especial (7%).
O levantamento aponta ainda que as famílias com renda de mais de 10 salários mínimos usam menos o cartão (75,3%) que aquelas com menor renda (76,7%). Já as dívidas com financiamento de carro e imóvel são mais frequentes em famílias com maior renda, com 16,2% e 13,6%, respectivamente, contra 8,1% e 6,5% entre aquelas com rendimento inferior a 10 salários mínimos. Por outro lado, os carnês são utilizados por 11,3% das famílias mais pobres, ante 7,1% das famílias com maior renda.
Foi observado também que em março de 2019, os tomadores de empréstimo alongaram o prazo para pagamento da dívida. Na média, os agentes econômicos carregaram suas dívidas por 7,2 meses, três dias a mais que o observado no mês anterior. As famílias que realizaram empréstimos tinham em março deste ano 27,6% de sua renda comprometida com o pagamento da dívida, 0,4 ponto percentual inferior ao mês anterior e 1,2 pontos percentuais inferior a março de 2018.
Fonte: Fecomércio RJ