Depois de três anos de baixa nas vendas da Páscoa, a indústria de chocolate aposta em um ano positivo. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o consumo de chocolate cresceu 8% no primeiro semestre de 2017. A expectativa é que, durante o feriado deste ano, as vendas se mantenham em relação ao ano passado ou tenham um leve crescimento. Para atrair o consumidor, as empresas investem em inovação e produtos mais baratos.
Em Três Rios e nos municípios da região o movimento nas lojas que comercializam chocolates cresce bastante neste período e alguns comerciantes estão otimistas em relação ao aumento nas vendas. “Este ano teremos muitas novidades para os clientes e alternativas de itens com preços mais baixos, dando possibilidade a todos de comprar”, explica Marcus Paulo Rodrigues, proprietário da loja Cacau Show de Três Rios.
“Nos últimos anos, vimos um comportamento atípico do setor que, concomitante com uma forte crise econômica, obrigou as empresas a reverem suas estratégias e se adequarem ao novo cenário. Estamos otimistas que os números deste ano comprovarão o amadurecimento da indústria e sua capacidade de organização em uma economia mais estável”, afirma Ubiracy Fonseca, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab).
A Abicab também informou que com a produção em andamento, a geração de emprego temporário, em 2018, foi 5,9% menor do que o mesmo período de 2017. Entre trabalhadores alocados na indústria e vendedores, foram contratados cerca de 23 mil pessoas. A boa notícia é que o declínio está abaixo do registrado no comparativo de 2017 com 2016, quando o volume de vagas temporárias foi 15% menor.
Passado o período mais grave da crise, a economia do país teve uma leve melhora e saiu da recessão, no final do ano passado. A queda da inflação, somada a juros mais baixos e à retomada de confiança do consumidor, indicam crescimento nas vendas do varejo como um todo. As vendas de Natal, por exemplo, cresceram 6% segundo dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).
Preços mais baixos devem atrair consumidor – Para a gerente de marketing da Garoto, Keila Broedel, o consumidor se adaptou à nova realidade e é mais racional na hora de comprar. “A gente acredita que 2018 vai ser um pouquinho melhor”. A estratégia é atrair o público pelo preço dos produtos. “Hoje, 100% do nosso portfólio custa abaixo de R$ 49,90”, explica.
A ideia de preços mais em conta é a tônica do mercado. “A gente trouxe essa régua para se adaptar tanto ao consumidor quanto ao mercado. Temos do produto mais acessível, abaixo de R$ 10, até o premium que é em torno de R$ 69”, conta Juliana Braga, gerente de marketing da Ferrero Rocher.
Embora seja o quinto maior produtor de chocolate, o Brasil ainda tem um consumo baixo se comparado a outros países. Enquanto aqui, o consumo anual é de 2,5 kg por habitante, em países vizinhos, como a Argentina, consome-se o dobro.